E.L. James, divulga conto em comemoração ao aniversário da nossa Anastasia Steele....
Ana olhou para o seu relógio; ela tinha meia hora antes que Christian a esperasse em casa. Talvez ela devesse voltar mais cedo. Não… Faça com que ele espere. Ela sorriu, puxou um manuscrito qualquer da pilha bagunçada e começou a ler:
Foi a língua dela que chamou a atenção dele primeiro. Era pequena e rosa, e lambia desesperadamente o sorvete derretido que escorria em gotas pela casquinha de wafer. Ela tentou lambidas curtas e delicadas, levando sua língua dentre e por cima dos dedos, mas ela lutava uma batalha perdida. Então, em um longo movimento ela passou a língua pelo cone e por cima dos dedos.
Caralho. Uma tensão passou por seu corpo inesperadamente. Ele franziu o cenho e se mexeu no banco desconfortavelmente. Ele tentou desviar o olhar, fixando-o em seu café morno. Mas a alegria inocente no rosto dela, seus olhos escuros e brilhantes, e a maneira como a brisa de verão perturbava seus longos cabelos castanhos instantaneamente atraíram ele novamente, encarando-a através da janela do café.
Os olhos dela dançaram furtivamente pelo píer checando se ninguém a estava assistindo. Era uma agradável tarde de setembro; uma sexta, e não havia muitas pessoas em volta. Ela mordeu o final do cone, envolveu seus lábios em torno da ponta e sugou. Ela chupou com força, e a baunilha desapareceu através do pequeno vórtice que ela criou.
O mundo dele congelou. Os poucos turistas passeando desapareceram, e como o sorvete ele foi sugado pelo vórtice, sob o feitiço dela. Seu corpo tremeu novamente.
Ela olhou para cima, repentinamente consciente que alguém a assistia, e seus olhos se encontraram através do vidro, verdes para castanhos. Ela inclinou a cabeça para o lado e o encarou explicitamente. Ele queria desviar o olhar, mas estava preso – pego a admirando, como um adolescente faminto. Sim. Era isso que ele estava fazendo. Admirando essa garota.
“Gostando do show?” ela gritou. Ele não sabia dizer o que a reação dela significava. Ele queria gritar de volta, Tanto quanto você está gostando desse sorvete, mas não o fez. Havia um casal de idosos ao lado dele, apreciando um sossegado chá da tarde, e ele não queria incomodá-los. E, claro, ele estava tímido.
Ela inclinou a cabeça para o outro lado. “E então?” ela chamou.
Ele deu de ombros, envergonhado. Ela não tinha vergonha – gritando com um completo estranho onde outros podiam ouvi-la?
Ela caminhou alguns passos na direção dele, longas pernas e um saia de verão curta, e o contemplou por debaixo de longos cílios. Ela lambeu o interior do cone com aquela pequena, rosada língua e depois sugou a ponta novamente. Ele estava enfeitiçado. Vestindo uma camiseta branca colada ao corpo, uma saia jeans, e sapatilhas, ela era magra mas bem torneada – muito bem torneada. Ele se mexeu novamente em seu assento. Ela acabou com o resto do cone, mas uma última gota de sorvete escapou, escorrendo de sua mão para seu pulso. Sem desviar seu olhar do dele, ela lambeu os resquícios, beijando a ponta de cada dedo ao que terminava. Ele reprimiu um gemido. Usando a mesma mão ela deu um pequeno abano.
Inconscientemente ele abanou de volta, depois franziu o cenho e abaixou o braço. Ela jogou a cabeça para trás e riu. Riu dele? Ou com ele? Ele não sabia dizer, mas sua risada era contagiante, e ele sorriu. Ela sorriu de volta, e por alguma razão bateu palmas, e fez seu caminho para a porta do café.
Merda. Ela está vindo aqui. No momento seguinte ela estava parada na frente dele, suas bochechas coradas – de vergonha? Excitação? Ele não sabia. Ela era mais bonita e mais velha do que ele havia pensado previamente.
“Olá,” ela disse, estendendo o que ele sabia ser uma palma melada. Ele sentiu um aperto ao pensar em seu filho pequeno.
“Oi,” ele respondeu. Tomando a mão oferecida, ele a balançou gentilmente.
“Você é um Yank*?”
“Sou americano, sim.”
“Eu por um acaso ganho um café pelo meu pequeno espetáculo?”
Ele estava zonzo. Sentado e zonzo.
“Claro.”
Ele ergueu a mão e a garçonete entediada reapareceu.
“Dois cafés, por favor,” ele disse.
“Um Cappuccino, um Americano.” Senhorita Sorvete interveio, sorrindo cheia de si para ele. A garçonete a lançou um olhar de leve desgosto e voltou para o balcão.
“Então, o que um americano bonito está fazendo no píer de Southwold no meio da tarde?”
Bonito? As palavras acariciaram o ego frágil dele.
“Negócios, principalmente.”
“Você parece que estava pescando.” Seu tom era divertido.
“Hoje, pescando. Por favor, sente-se.” Ele achou estranho, como ela foi tão confiante em se apresentar e insistir num café, mas agora hesitava ao lado dele esperando por um convite para se sentar.
Ela sentou no banco adjacente e ele pôde examinar seu adorável rosto. Ela estava nos seus vinte e poucos anos, não a adolescente que ele tinha pensado inicialmente. Sua consciência e libido respiraram com mais facilidade, mas ela ainda era nova demais. Nova demais para o quê?
“O que você faz quando não está pescando?” ela perguntou, seus olhos escuros brilhando com curiosidade ao que ela mexia com a corrente em seu pescoço.
“Eu assisto jovens mulheres comerem sorvete.”
Ela arqueou uma sobrancelha.
“Você faz isso soar obsceno.”
O rosto dele esquentou. O que o possuiu para dizer uma coisa daquelas? Talvez o jeito com que a ponta da língua dela espreitava de sua boca ao que ela umedecia seu lábio superior. Isso mexeu com ele novamente. Ele corou mais uma vez, envergonhado com a reação de seu corpo. Quantos anos tenho? Catorze?
“Eu faço?” ele disse, e sua voz era áspera.
“Você faz. Foi a minha técnica, por um acaso?”
Ele piscou a ela várias vezes. Ela estava flertando com ele. Flertando!
“Eu gosto do chupar,” ele respondeu, surpreendido com a facilidade com que retornava a provocação dela.
“Todo mundo gosta de chupar.” Ele sorriu maliciosamente.
“Como poderiam pensar o contrário?” Como foi possível essa conversa ter entrado de cabeça tão rápido nessa caminho indecente? O sorriso dela aumentou, e ele não podia evitar copiar sua expressão.
“Você parece estar sem ninguém.”
Era tão óbvio assim?
“Eu viajo sozinho,” ele disse.
Ela se inclinou para frente e espiou em volta sorrateiramente antes de olhar nos olhos dele. A respiração dele ficou presa na garganta com a proximidade dela.
“Ótimo. Porque você também parece estar precisando de uma boa foda.”
O tempo foi interrompido… Será que ele a ouviu direito? Ela acabou de dizer “foda”?
“Desculpa, o quê?”
“Você ouviu.” Ela sorriu.
Ele olhou para ela boquiaberto, sem palavras. Todas as noções preconcebidas que ele teve da inocência e ingenuidade dela eram uma pilha amassada aos pés dele.
“Vamos lá, esqueça o café,” ela sussurrou. “Foder é melhor do que pescar, e você parece estar precisando tanto quanto eu. Hoje é o seu dia de sorte.”
O celular de Ana vibrou na sua mesa do escritório, interrompendo sua leitura. Era uma mensagem do Christian.
Venha para casa. Agora.
Eu tenho o seu presente de aniversário pronto.
Isso não é um pedido.
Eu tenho o seu presente de aniversário pronto.
Isso não é um pedido.
Ana sorriu, um delicioso arrepio correndo por sua espinha, e ela respondeu de volta.
Estou a caminho, Sr. Grey.
Não sei vocês, mais bem que a tia E.L James poderia dar vida a esse conto que elas nos presenteou, me pareceu uma história interessante.
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